domingo, 30 de janeiro de 2011

GENTE GRANDE, de Dennis Dugan

"Grown Ups" - EUA - 2010 - Comédia - 102min. Roteiro de Adam Sandler e Fred Wolf. Com Adam Sandler, Kevin James, Chris Rock, David Spade, Rob Schneider, Salma Hayek, Maria Bello, Maya Rudolph, Joyce Van Patten, Colin Quinn, Steve Buscemi.


Quem vê essa turma reunida, começa imaginar a quantidade de pastelão e baixaria que vai encontrar, principalmente se atentar para o diretor, o mesmo de Zohan - O Agente Bom de Corte, também  com Adam Sandler. A propósito, Dugan é o diretor fetiche de Sandler, já que trabalhou com este em nada menos que cinco filmes, sendo três os últimos trabalhos de Dugan. Se amam.

Mas voltando ao início, o pastelão até está lá (o gordinho Kevin James foi o escolhido), mas felizmente, a grosseria característica ficou bem amena.

Posso dizer que este é o mais próximo que Sandler e Dugan podem chegar de fazer um filme "para toda a família" (apesar de ter Rob Schneider no elenco), já que o enredo gira em torno de amigos de infância quarentões que se reunem em família para curtir um feriadão, fazendo coisas como cozinhar, brincar em um parque aquático, jantar fora e mostrar para os filhos que há vida além de video games e internet. E dessas situações triviais, o roteiro do próprio Sandler precisa fazer sua graça. Aí entra o entrosamento e a química impressionante do quinteto principal. Claramente improvisando bastante, os caras fazem com que todas as cenas em que estão juntos soem espontâneas e divertidas, tornando crível a idéia de que vivem uma amizade de décadas. Nem dá para falar em atuação; é realmente um encontro de amigos (sem comparar os filmes e atores pelamordedeus, mas é como considero o trabalho dos protagonistas de Onze Homens e Um Segredo).

Apesar de chover no molhado - "a vida adulta é um porre se comparada à juventude" - e mandar aquela "mensagem" final que o cinemão americano adora, o filme acaba pegando de jeito quem tem compromissos semelhantes e se coloca (ou se imagina) na situação de reunir bons amigos e familiares para curtir um período sem responsabilidades, urgências e prazos. Afinal, se fazemos amigos e constituimos família é com objetivo principal de nos sentir bem. Na juventude ou na maturidade, nos divertir ao lado de quem gostamos é o que faz a vida valer a pena.


NOTA: B


sábado, 29 de janeiro de 2011

METAL NO NOZOIE!


Julinho, Laís, Xisto, eu e Rodney

Paulo Xisto! Mineiro de BH (o que faz dele um apreciador de boa cachaça), torcedor do Atlético e baixista de uma das maiores bandas de metal do mundo - Sepultura! - o cara é humilde e muito gente boa. No Bar do Luiz Nozoie - sensacional! -, Xisto e seus camaradas do FURABREJAS (http://furabrejas.blogspot.com/) bateram um papo bacana comigo e meus amigos.

O Sepultura está em São Paulo gravando o disco novo. As sessões estão sendo transmitidas pela TV Trama via Youtube. Entre uma estilingada e outra no seu instrumento, Xisto sai com os amigos para comer um petisco. O Bar do Nozoie é um dos pontos escolhidos para essas reuniões. Eventualmente, tem cerveja gelada na mesa...

Nesta sexta-feira, acabou esbarrando com uns fãs da banda munidos de celulares fotográficos (como se existisse outro tipo)...

Se os demônios do rock me dessem a incumbência de escolher 19 músicas do Sepultura, seriam essas:

"As It Is" (Roorback, 2003)
"Born Stubborn" (Roots, 1996)
"Boycott" - (Against, 1998)
"Dead Embryonic Cells" (Arise, 1991)
"Desperate Cry" (Arise, 1991)
"Fighting On" (Dante XXI, 2006)
"Inner Self" (Beneath The Remains, 1989)
"Mind War" (Roorback, 2003)
"Nomad" (Chaos A.D., 1993)
"One Man Army" (Nation, 2001)
"Ostia" (Dante XXI, 2006)
"Refuse/Resist" (Chaos A.D., 1993)
"Roots Bloody Roots" (Roots, 1996)
"Sadistic Values" (A-Lex, 2009)
"Sepulnation" (Nation, 2001)
"Straighthate" (Roots, 1996)
"Territory" (Chaos A.D., 1993)
"We Who Are Not As Others" (Chaos A.D., 1993)
"Who Must Die?" (Nation, 2001)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A REDE SOCIAL, de David Fincher

The Social Network - EUA- 2010 - Drama - 120min. Roteiro de Aaron Sorkin baseado no livro The Accidental Billionaires, de Ben Mezrich. Com Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake, Armie Hammer, Rachida Jones, Rooney Mara, Max Minghella.

"Como toda história que se preze, é por causa de uma garota".

Esta frase que abre o filme Homem-Aranha não está em A Rede Social. Mas poderia.

Após tomar um fora natural de sua então namorada, Mark Zuckerberg correu para seu dormitório em Harvard e destruiu a reputação da moça em seu blog pessoal. Em seguida, criou um site no qual comparava fisicamente as garotas da universidade e compartilhava suas opiniões com outros "cavalheiros". A brincadeira calhorda foi tão acessada que causou a queda dos servidores da instituição. O sucesso despertou o interesse de dois playboys membros da equipe de remo, os gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss. Os caras tiveram a idéia de criar uma rede social interna, com o objetivo simples de conhecer garotas e queimar testosterona. Zuckerberg abraçou a idéia, e após 42 dias de trabalho, criou o Facebook. Os Winklevoss foram os últimos a saber.

A criação do Facebook, maior rede social do planeta, renderia uma história interessante por si só, mas calhou de ter um personagem como Zuckerberg no comando do negócio. Então, muito mais interessante contar como um sujeito sem o menor apelo social (pelo contrário - podemos dizer que o rapaz é "repelente") criou uma ferramenta tão conflitante com sua personalidade. Gênio para juntar algoritmos e códigos binários, Mark mostra-se totalmente incapaz de racionalizar e sentir ao mesmo tempo. Como não estamos diante de um filme de mistério e David Fincher tem consciência do seu material, a brilhante cena de abertura desnuda o personagem por completo: sem esboçar emoção, Zuckerberg profere frases ofensivas à namorada, certo de que não está fazendo nada "errado". Perdeu a garota nesse momento, e não conseguiu entender o motivo.

Do início ao fim, a verborragia come solta. Não há suspense ou ação. Sob o comando de um Ron Howard, o filme provavelmente seria um enfadonho e choroso retrato do "gênio incompreendido" (e ainda seria indicado a 40 prêmios Oscar!). Com David Fincher, as cenas de conciliação judicial ganharam uma edição esperta que intercala falas ágeis com flash backs empregados com o fim precípuo de contar a história com didatismo suficiente para que cada espectador tire suas conclusões sobre o comportamento de cada personagem.

Porém, esta agilidade que dá ao filme um dinamismo ímpar para um drama biográfico não arrefece nossa consternação ao observar a inépcia social do protagonista em sua jornada rumo à inevitável solidão, pois percebemos que, com sua personalidade difícil atrelada à (ou por causa da) sua genialidade, Mark Zuckerberg seria um homem solitário mesmo que ganhasse um bilhão de dólares e tivesse um milhão de amigos.

NOTA: A