domingo, 21 de fevereiro de 2010

Feliz Ano Novo!

Algumas constatações deste pós-carnaval. Eu disse "constatações", e não "descobertas". Exceto para arqueólogos ou caça-talentos, não é muito saudável fazer "descobertas" quando se tem 33 anos. Sobretudo no período do carnaval, quando Deus tira uns dias de folga na Noruega e deixa o Brasil sob os cuidados do demônio.

1) O novo disco do Wolfmother é do caralho;
2) O filme Se Beber, Não Case deve ser visto por todas as pessoas que estão pensando em visitar Las Vegas. E também por pessoas que gostam de 2 horas de entretenimento sem compromisso. Ei, não estou falando do banheiro do baile de carnaval!!!;
3) A banda Kings Of Leon é foda;
4) My Name Is Earl é o melhor sitcom americano de todos os tempos (sim, é melhor que Friends);
5) Nega Fulô também é gostosa quando não está gelada. E vende em restaurante japonês!;
6) Temaki é uma comida nojenta;
7) Shoyu mancha roupas brancas;
8) A monogamia presencial me poupou de ter dezenas de chances de contrair alguma doença terminal nesse período demoníaco. Devemos sempre ver o lado bom das coisas;
9) Mickey Rourke ainda é um bom ator;
10) Alguém nunca ouviu Arctic Monkeys? Do it!
11) These Days é o melhor disco do Bon Jovi;
12) Definitivamente, EU ODEIO as concessionárias VW;
13) O filme Distrito 9 é sensacional;
14) Utilizar o transporte público deixa meu humor mais ácido que a saliva do Alien.

Ok, confesso 1: não saí do raio de 2km da minha casa neste feriadão.
Ok, confesso 2: sou um nerd mothafucka.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

BESOURO, de João Daniel Tikhomiroff (Brasil, 2009 - ação/biografia - 95min). Roteiro: Patrícia Andrade e João Daniel Tikhomiroff. Com Aílton Carmo, Jessica Barbosa, Sergio Laurentino, Anderson Santos de Jesus, Flavio Rocha, Irandhir Santos, Macalé, Leno Sacramento.

Ser um bom contador de histórias não é fácil. João Daniel Tikhomiroff, experiente diretor de filmes publicitários, escolheu estrear em longas adaptando o livro Feijoada No Paraíso de Marco Carvalho. O livro narra a interessante história do Manuel "Besouro Mangangá" Pereira, lendário capoeirista do Recôncavo Baiano dos anos 20. Tikhomiroff tinha intenção de basear o enredo na capoeira e no heroísmo de Besouro, e contratou o chinês Huen Chiu Ku (coreógrafo de Kill Bill), para criar cenas de ação com cabos e proezas sobre-humanas.
Não deu certo.

 

De premissa ousada (basta ver nosso histórico cinematográfico recente), nada funcionou como deveria: o elenco não consegue dar credibilidade aos personagens; a montagem parece um amontoado de cenas; o herói não empolga, o vilão não apresenta desafio; o roteiro não desperta interesse em nenhum momento. A necessidade de explicar o “corpo fechado” do herói e sua devoção ao candomblé não se encaixa na narrativa. Também não se encaixa o triângulo amoroso entre Besouro, a mocinha Dinorá e seu amigo Quero-Quero. Além de ser um arco totalmente fora do contexto do filme, não há química alguma entre o trio de atores. A pá de cal: as cenas de ação, tão caras e essenciais ao enredo, são raras, enfadonhas e sem empolgação.

E o final, um anticlímax atroz, certifica que boas intenções, audácia e recursos não bastam para realizar um grande filme. Saber como contar a história ainda é essencial.

NOTA: D-