terça-feira, 14 de setembro de 2010

ILHA DO MEDO, de Martin Scorsese ("Shutter Island" - EUA - 2010 - suspense/drama, 138min). Roteiro: Laeta Kalogridis, baseado no romance de Dennis Lehane. Com Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max Von Sidow, Michelle Williams, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, Ted Levine, John Carroll Lynch, Elias Koteas.

"Someone is missing". A chamada do cartaz é genial.

Genial como o cineasta que realizou esta obra-prima, Martin Scorsese. Vc, que vai assistir o longa, bem-vindo a mais uma aula de cinema.

Ao contar uma história complexa - detetivesca, sendo os espectadores os responsáveis por seguir e desvendar as pistas - Scorsese escolheu o caminho nada óbvio do terror psicológico para descrever a investigação de Teddy Daniels (DiCaprio), agente do FBI encarregado do desaparecimento de paciente de uma instituição prisional para doentes mentais, localizada em uma ilha remota. Mas Daniels, veterano da 2ª guerra e viúvo trágico, possui tormentos suficientes para tornar a tarefa mais difícil à medida em conhece melhor a intituição, interrogando pacientes e funcionários do local.

Mais um filme de roteiro brilhante, realizado por elenco sintonizado com as idéias do diretor e cuja sinopse precisa ser revelada com cuidado. DiCaprio continua escolhendo muito bem em que filme trabalhar (além deste, a lista de seus últimos projetos inclui Os Infiltrados e A Origem, dois longas sensacionais) e entrega mais uma atuação impecável. Ruffalo tem nuances e detalhes que é impossível revelar sem falar demais. Aliás, os cuidados com que diretor e elenco espalham nuances importantes ao longo da projeção chega a ser tocante, pois percebemos a dedicação daqueles profissionais (Scorsese em destaque) para entregar um produto não menos que incrível aos pagantes de ingressos.

E tem cenas memoráveis; flashbacks fotografados com iluminação abundante, cores bem definidas (observe o amarelo do vestido da esposa de Daniels), e fotografia quase monocromática para as cenas bucólicas do presente, passando pela claustrofobia da instituição em si, mesmo em salas suntuosas (diga-se, auxiliado por um trabalho fantástico do diretor de arte, Dante Ferretti).

Novamente, seremos convidados a tirar nossas conclusões (a arte nos dá esse direito), mas diferente de A Origem, até os momentos que parecem existir para nos confundir soam muito esclarecedores ao final da saga. E podemos concluir que até o que parece imponderável depende unicamente das nossas escolhas.

NOTA: A

Um comentário:

  1. Amigo, o Dicaprio esta atrás do Oscar, por isso essa dedicação em escolher papéis de impacto.
    .
    O Villaça falou e é verdade, Mark Ruffalo é um ator com potencial, que merece muita atenção nos seus trabalhos.

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