terça-feira, 24 de novembro de 2009

MOTORADIO - Creed - "Full Circle" (2009)


Eis que o finado Creed resolveu cagar para as brigas internas e retomar atividades. Correram notícias que o quarteto ficou devendo um trabalho à gravadora Wind Up e precisaram se reunir para cumprir o contrato. Se tal reencontro rendesse não apenas o bloqueio de ação judicial por quebra de contrato, mas proporcionasse ainda uma vendagem bacana e uma turnê milionária, por que não fazê-lo? Pensando nisso, os caras retomaram a velha fórmula que fizeram deles rock stars ricos-sexualmente-muito-ativos e saíram com Full Circle.

Para quem não gosta do Creed, é a parada de sempre: Scott Stapp é a terceira via da cópia carbono de Eddie Vedder (Pearl Jam), o guitarrista Mark Tremonti quer ser Zakk Wilde de qualquer maneira e a cozinha da banda não tem personalidade. Eu sou um "coluna do meio"; meu senso crítico confirma os defeitos que acabei de descrever, porém, gosto da estrutura musical do Creed: vocal marcante, boas melodias sobre bases pesadas, canções épicas e emocionais, refrões inspirados (ou grudentos, depende do ouvido). Não resisto ao pós-grunge noventista e suas fórmulas surradas, fazer o quê?

Em Full Circle não há nada diferente dos três primeiros discos, a fórmula se repete. O Creed sempre foi cobrado por isso. Ironicamente, a faixa título, com pegada levemente folk e levada diferente do estilo pós-grunge da banda, não funciona. Quando os caras soam como eles mesmos, o resultado é a bacana "Overcome", que abre o disco com peso e solos de guitarra (Tremonti aprendeu isso no Alter Bridge, que é o Creed sem Scott Stapp); "Rain", balada com violões e bela melodia "quadrada"; "On My Sleeve", o refrão mais marcante (ok, grudento) do disco, é a música que mais se assemelha às do multiplatinado Weathered, álbum anterior. Posso destacar ainda, dentro do padrão Creed, as pesadas "Fear" e "Bread Of Shame"; as baladas "A Thousand Faces" e "Time", esta com letra inspirada e aquela melodia que pega na segunda audição. Há algo minimamente diferente dos outros discos? Sim, vários e breves solinhos de guitarra a lá Zakk Wilde, afinal, Tremonti cansou de ficar à sombra do tirano Stapp.

Ei, quando sai o novo Bon Jovi?

NOTA: C+

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