Era início da década de 90 e o grunge mantinha o rock vivo. Na estrada desde 1992, a banda inglesa Bush só conseguiu lançar seu primeiro play, Sixteen Stone, em 1994, depois de bater, sem sucesso, à porta de várias majors e encontrar abrigo na Atlantic Records. Como a maioria das bandas surgidas após o estouro do grunge, os caras claramente seguiam os passos do Pearl Jam nas composições, até o vocal de Gavin Rossdale tinha momentos de Eddie Vedder. Isso gerou antipatia entre os e críticos, que foram quase unânimes na rejeição a Sixteen Stone e aos demais trabalhos do Bush. Porém, o público e a MTV, enebriados pelo rock de Seattle, aceitaram bem as guitarras distorcidas dos londrinos e o álbum alcançou grande sucesso nos EUA.
Longe de ser original, Sixteen Stone é um bom disco. Pesado, bem tocado e com produção tipicamente suja, o sucesso do álbum revelou coisas bacanas como "Machinehead", "Little Things" e "Comedown", mas o som que fica no ouvido é o de "Glycerine". Totalmente diferente das outras músicas do disco, "Glycerine" foi gravada tendo como base somente uma guitarra distorcida que emulava a batida de um violão, sem a inclusão de baixo e bateria. O pedal regulado do início ao fim na mesma distorção, sem a cozinha, o vocal rouco de Rossdale e um belo arranjo de cordas que faz toda a diferença no resultado final. Bela canção. Era o sopro de originalidade do disco, que ficou óbvia de tanta execução em rádios e MTV. Rossdale tentou copiar a fórmula nos álbuns seguintes, sem a mesma felicidade.
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