Einstein, filosofia e... Deus?
Teoria da relatividade é espichada ao extremo no mais recente filme do diretor de O Cavaleiro das Trevas
Os temores da humanidade finalmente se concretizam. A superpopulação esgota os recursos naturais e chega ao fim o prazo de validade da Terra. Para evitar a extinção da raça humana, a NASA busca em outras galáxias planetas habitáveis para nossa espécie. Esse é o ponto de partida de Interestelar.
Na ânsia de parecer crível, o roteiro toma como base estudos de física quântica e ampara suas questões temporais na Teoria da Relatividade publicada por Albert Einstein em 1905. Mas não se preocupe: a trama parece rebuscada, porém, não há maiores complicações. Afinal, trata-se de um filme de Christopher Nolan e os diálogos existem para explicar tudo, e tudo outra vez - exceto o final do filme, como de costume (vide A Origem).
Ainda que pautado em questões científicas, o filme toma um viés filosófico sempre que o sensível elemento humano precisa interferir diretamente - seja quando Nolan decide incluir "amor" à mistura ou quando a ciência não consegue resolver questões impostas pela narrativa. Isso é bom, mas não justifica as decisões do realizador para concluir a história: em um final que destoa de toda a tentativa de realismo dos 150 minutos anteriores, a Teoria da Relatividade se torna "Teologia" da Relatividade, tamanho o esforço para amarrar a trama de forma circular se utilizando de elementos convenientes.
O triste nisso tudo é que, antes do ato final, Interestelar é um grande filme. Um mínimo de coerência narrativa e seria memorável.
NOTA: ★★★★★
Na ânsia de parecer crível, o roteiro toma como base estudos de física quântica e ampara suas questões temporais na Teoria da Relatividade publicada por Albert Einstein em 1905. Mas não se preocupe: a trama parece rebuscada, porém, não há maiores complicações. Afinal, trata-se de um filme de Christopher Nolan e os diálogos existem para explicar tudo, e tudo outra vez - exceto o final do filme, como de costume (vide A Origem).
Ainda que pautado em questões científicas, o filme toma um viés filosófico sempre que o sensível elemento humano precisa interferir diretamente - seja quando Nolan decide incluir "amor" à mistura ou quando a ciência não consegue resolver questões impostas pela narrativa. Isso é bom, mas não justifica as decisões do realizador para concluir a história: em um final que destoa de toda a tentativa de realismo dos 150 minutos anteriores, a Teoria da Relatividade se torna "Teologia" da Relatividade, tamanho o esforço para amarrar a trama de forma circular se utilizando de elementos convenientes.
O triste nisso tudo é que, antes do ato final, Interestelar é um grande filme. Um mínimo de coerência narrativa e seria memorável.
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