The Social Network - EUA- 2010 - Drama - 120min. Roteiro de Aaron Sorkin baseado no livro The Accidental Billionaires, de Ben Mezrich. Com Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake, Armie Hammer, Rachida Jones, Rooney Mara, Max Minghella.
"Como toda história que se preze, é por causa de uma garota".
Esta frase que abre o filme Homem-Aranha não está em A Rede Social. Mas poderia.
Após tomar um fora natural de sua então namorada, Mark Zuckerberg correu para seu dormitório em Harvard e destruiu a reputação da moça em seu blog pessoal. Em seguida, criou um site no qual comparava fisicamente as garotas da universidade e compartilhava suas opiniões com outros "cavalheiros". A brincadeira calhorda foi tão acessada que causou a queda dos servidores da instituição. O sucesso despertou o interesse de dois playboys membros da equipe de remo, os gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss. Os caras tiveram a idéia de criar uma rede social interna, com o objetivo simples de conhecer garotas e queimar testosterona. Zuckerberg abraçou a idéia, e após 42 dias de trabalho, criou o Facebook. Os Winklevoss foram os últimos a saber.
A criação do Facebook, maior rede social do planeta, renderia uma história interessante por si só, mas calhou de ter um personagem como Zuckerberg no comando do negócio. Então, muito mais interessante contar como um sujeito sem o menor apelo social (pelo contrário - podemos dizer que o rapaz é "repelente") criou uma ferramenta tão conflitante com sua personalidade. Gênio para juntar algoritmos e códigos binários, Mark mostra-se totalmente incapaz de racionalizar e sentir ao mesmo tempo. Como não estamos diante de um filme de mistério e David Fincher tem consciência do seu material, a brilhante cena de abertura desnuda o personagem por completo: sem esboçar emoção, Zuckerberg profere frases ofensivas à namorada, certo de que não está fazendo nada "errado". Perdeu a garota nesse momento, e não conseguiu entender o motivo.
Do início ao fim, a verborragia come solta. Não há suspense ou ação. Sob o comando de um Ron Howard, o filme provavelmente seria um enfadonho e choroso retrato do "gênio incompreendido" (e ainda seria indicado a 40 prêmios Oscar!). Com David Fincher, as cenas de conciliação judicial ganharam uma edição esperta que intercala falas ágeis com flash backs empregados com o fim precípuo de contar a história com didatismo suficiente para que cada espectador tire suas conclusões sobre o comportamento de cada personagem.
Porém, esta agilidade que dá ao filme um dinamismo ímpar para um drama biográfico não arrefece nossa consternação ao observar a inépcia social do protagonista em sua jornada rumo à inevitável solidão, pois percebemos que, com sua personalidade difícil atrelada à (ou por causa da) sua genialidade, Mark Zuckerberg seria um homem solitário mesmo que ganhasse um bilhão de dólares e tivesse um milhão de amigos.
NOTA: A
A criação do Facebook, maior rede social do planeta, renderia uma história interessante por si só, mas calhou de ter um personagem como Zuckerberg no comando do negócio. Então, muito mais interessante contar como um sujeito sem o menor apelo social (pelo contrário - podemos dizer que o rapaz é "repelente") criou uma ferramenta tão conflitante com sua personalidade. Gênio para juntar algoritmos e códigos binários, Mark mostra-se totalmente incapaz de racionalizar e sentir ao mesmo tempo. Como não estamos diante de um filme de mistério e David Fincher tem consciência do seu material, a brilhante cena de abertura desnuda o personagem por completo: sem esboçar emoção, Zuckerberg profere frases ofensivas à namorada, certo de que não está fazendo nada "errado". Perdeu a garota nesse momento, e não conseguiu entender o motivo.
Do início ao fim, a verborragia come solta. Não há suspense ou ação. Sob o comando de um Ron Howard, o filme provavelmente seria um enfadonho e choroso retrato do "gênio incompreendido" (e ainda seria indicado a 40 prêmios Oscar!). Com David Fincher, as cenas de conciliação judicial ganharam uma edição esperta que intercala falas ágeis com flash backs empregados com o fim precípuo de contar a história com didatismo suficiente para que cada espectador tire suas conclusões sobre o comportamento de cada personagem.
Porém, esta agilidade que dá ao filme um dinamismo ímpar para um drama biográfico não arrefece nossa consternação ao observar a inépcia social do protagonista em sua jornada rumo à inevitável solidão, pois percebemos que, com sua personalidade difícil atrelada à (ou por causa da) sua genialidade, Mark Zuckerberg seria um homem solitário mesmo que ganhasse um bilhão de dólares e tivesse um milhão de amigos.
Anderson, hoje pude assistir este filme.
ResponderExcluirPior que ver o Zuckerberg imerso em isolamento, mesmo com todos os bilhões que conquistou é imaginar como o Sean Parker, destituído da blindagem emocional do primeiro, se deteriorou com desvios de comportamento e envolvimento com drogas, como mostrado no filme.
Ora, a descrição clássica do "Nerd" opõe-se qualquer estilo de vida autodestrutivo.