"Looper" - EUA/CHI - 2012 - Sci-fi/Ação - 119min. Roteiro de Rian Johnson. Com Bruce Willis, Joseph Gordon-Levitt, Emily Blunt, Jeff Daniels, Paul Dano, Piper Perabo, Noah Segan, Pierce Gagnon, Qing Xu.
A IGNORÂNCIA É UMA BÊNÇÃO
Natureza do vilão escondida até o terceiro ato e poucas concessões fazem de Looper - Assassinos do Futuro uma verdadeira pérola
A IGNORÂNCIA É UMA BÊNÇÃO
Natureza do vilão escondida até o terceiro ato e poucas concessões fazem de Looper - Assassinos do Futuro uma verdadeira pérola
"Há alguma coisa lá fora, nos esperando. E não é um homem. Vamos todos morrer."
Essa frase aparece lá pela metade do sensacional O Predador (John McTiernan, 1987), quando o personagem Billy (Sonny Landham) é questionado sobre o motivo do seu medo. Imagine que você nunca tivesse ouvido falar do tal alienígena caçador e estivesse assistindo ao filme sem a menor expectativa sobre a natureza da criatura que os soldados liderados por Arnold Schwarzenegger enfrentariam mais adiante. Frio na espinha, certo? Outro ótimo exemplo é O Sexto Sentido (M. Night Shyamalan, 1999). Sem a expositiva campanha de marketing, o "oooooooh" de surpresa que se ouviu no cinema quando se revela a natureza do personagem de Bruce Willis teria ocorrido uma vez antes, assim que Cole dissesse a célebre frase "I see dead people". Como seria se ninguém soubesse que o menino Cole via fantasmas antes de entrar no cinema, evidentemente o objetivo de Shyamalan ao conceber o roteiro?
Essa frase aparece lá pela metade do sensacional O Predador (John McTiernan, 1987), quando o personagem Billy (Sonny Landham) é questionado sobre o motivo do seu medo. Imagine que você nunca tivesse ouvido falar do tal alienígena caçador e estivesse assistindo ao filme sem a menor expectativa sobre a natureza da criatura que os soldados liderados por Arnold Schwarzenegger enfrentariam mais adiante. Frio na espinha, certo? Outro ótimo exemplo é O Sexto Sentido (M. Night Shyamalan, 1999). Sem a expositiva campanha de marketing, o "oooooooh" de surpresa que se ouviu no cinema quando se revela a natureza do personagem de Bruce Willis teria ocorrido uma vez antes, assim que Cole dissesse a célebre frase "I see dead people". Como seria se ninguém soubesse que o menino Cole via fantasmas antes de entrar no cinema, evidentemente o objetivo de Shyamalan ao conceber o roteiro?
Mas que diabos, é preciso vender os filmes. Principalmente os caros, que ficam mais caros exatamente por causa da campanha de marketing. E não adianta gastar tanto dinheiro e o espectador não se interessar em ir ao cinema, certo? Por isso, o excesso de informações em dois minutos de trailer. O triste é que, para muitos filmes, a divulgação precoce do enredo, trailers demasiado expositivos e o marketing agressivo enfraquecem a experiência do espectador.
O que me traz a esse Looper, lançado há pouco em DVD/Blu Ray. Nas divulgações que vi, pouco da enxuta trama foi revelado. Evitei procurar muito sobre o filme, não li resenhas ou críticas. Soube apenas que Willis e Levitt interpretam o mesmo personagem em épocas diferentes, que são assassinos profissionais incumbidos de matar pessoas enviadas de trinta anos no futuro e que eles se encontram no presente do "Joe" mais jovem . Não fica claro se são aliados ou antagonistas, nem qual motivo traz o velho Joe ao passado. E quem é o vilão? Joe jovem? Joe velho? O chefe deles? Só é possível saber assistindo ao filme e, mesmo quando se descobre o personagem, ainda há outra surpresa envolvendo sua natureza. Isso é ótimo e, sem dúvida, causa um prazer adicional ao subir dos créditos.
Se a maquiagem de Levitt não é das melhores, com aqueles olhos exageradamente tristonhos, sua imitação de Bruce Willis até convence. A ação é bacana e correta, mas acertadamente não domina o filme. E Emily Blunt? Bem, Emily Blunt surge linda sem lobisomens ao redor e com uma missão mais difícil que a de Joe: ser mãe.
Willis, o astro de ação veterano mais respeitado do mercado (basta lembrar dos seus contemporâneos), entende que seu personagem tem mais camadas do que exige uma simples fita de tiros e explosões, e não faz feio. Sabendo tudo o que ocorre daquele momento passado até seu presente, o "Joe velho" precisa garantir a manutenção de um destino que ele já atingiu, mas desconhecido (e indiferente) para seu eu mais jovem. Por este motivo, o papel fundamental da trama cabe à Levitt: solitário e cético, ele precisa entender sua parte naquilo tudo em um curto espaço de tempo presente, sob pena de destruir não apenas o seu futuro, mas de toda a humanidade.
NOTA: ✰✰✰✰✰
Em tempo: esse trailer (o 1º divulgado) não entrega nada demais sobre a trama, apenas apresenta os personagens. Já o trailer 2 (que sabiamente assisti somente hoje, para escolher qual divulgar no post) indica pontos importantes da história, inclusive cenas finais do filme. Quem ingere muitos alimentos ricos em fosfato, não deve assistir antes de ver a fita. Como eu disse na resenha de O Caçador: em um mundo perfeito, as pessoas procurariam resenhas de um filme somente após assistí-lo.
O que me traz a esse Looper, lançado há pouco em DVD/Blu Ray. Nas divulgações que vi, pouco da enxuta trama foi revelado. Evitei procurar muito sobre o filme, não li resenhas ou críticas. Soube apenas que Willis e Levitt interpretam o mesmo personagem em épocas diferentes, que são assassinos profissionais incumbidos de matar pessoas enviadas de trinta anos no futuro e que eles se encontram no presente do "Joe" mais jovem . Não fica claro se são aliados ou antagonistas, nem qual motivo traz o velho Joe ao passado. E quem é o vilão? Joe jovem? Joe velho? O chefe deles? Só é possível saber assistindo ao filme e, mesmo quando se descobre o personagem, ainda há outra surpresa envolvendo sua natureza. Isso é ótimo e, sem dúvida, causa um prazer adicional ao subir dos créditos.
Se a maquiagem de Levitt não é das melhores, com aqueles olhos exageradamente tristonhos, sua imitação de Bruce Willis até convence. A ação é bacana e correta, mas acertadamente não domina o filme. E Emily Blunt? Bem, Emily Blunt surge linda sem lobisomens ao redor e com uma missão mais difícil que a de Joe: ser mãe.
Willis, o astro de ação veterano mais respeitado do mercado (basta lembrar dos seus contemporâneos), entende que seu personagem tem mais camadas do que exige uma simples fita de tiros e explosões, e não faz feio. Sabendo tudo o que ocorre daquele momento passado até seu presente, o "Joe velho" precisa garantir a manutenção de um destino que ele já atingiu, mas desconhecido (e indiferente) para seu eu mais jovem. Por este motivo, o papel fundamental da trama cabe à Levitt: solitário e cético, ele precisa entender sua parte naquilo tudo em um curto espaço de tempo presente, sob pena de destruir não apenas o seu futuro, mas de toda a humanidade.
NOTA: ✰✰✰✰✰
Em tempo: esse trailer (o 1º divulgado) não entrega nada demais sobre a trama, apenas apresenta os personagens. Já o trailer 2 (que sabiamente assisti somente hoje, para escolher qual divulgar no post) indica pontos importantes da história, inclusive cenas finais do filme. Quem ingere muitos alimentos ricos em fosfato, não deve assistir antes de ver a fita. Como eu disse na resenha de O Caçador: em um mundo perfeito, as pessoas procurariam resenhas de um filme somente após assistí-lo.
Amigo, conseguiram criar uma trama inédita com o tema viagem no tempo...brilhante o filme.
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