"Unknown" - UK/AL/FR/CA/JP/US - 2010 - Thriller/Ação- 113min. Roteiro: Oliver Butcher e Stephen Cornwell, baseado no romance "Out Of My Head" de Didier Van Cauwelaert. Com Liam Neeson, Diane Kruger, January Jones, Frank Langella, Bruno Ganz, Aidan Quinn.
"Esse livro não é tão bom, mas renderia um filme de ação bem bacana. Vejamos: tenho um ponto de partida intrigante, e uma conclusão divertida e satisfatória. A platéia vai vibrar quando for revelada a natureza da confusão do protagonista. Mas como preencher quase duas horas de filme entre o início promissor e a revelação bacana? Ora bolas, com perseguições pelas ruas de Berlim, lutas, algum suspense, uma partner linda - será que Diane Kruger é inadequada para viver uma taxista? - e um ator com credibilidade para viver o desmemoriado protagonista... Matt Damon já viveu um desmemoriado? Ok, o papel cai melhor para um bom ator de meia-idade que saiba fazer filmes de ação. Vamos usar um tema da moda, sustentabilidade, biotecnologia, essas coisas atuais e politicamente corretas. Peraí, cacete... É melhor desenvolver melhor a tal taxista, afinal, por que diabos ela se envolveria com um americano desconhecido, perseguido por gente armada e perigosa? Quer saber, os caras vão ficar pasmos com as cenas de ação - e com a revelação bacana -, nem vão questionar isso. Ele vai sofrer um acidente, ficar em coma, acordar sem os documentos. Assim ninguém vai acreditar quando ele disser que é o tal doutor. E como vou fazer um estrangeiro sem documentos, vitima de um grave acidente, mentalmente confuso, sair de um hospital alemão para curtir a trama bacana que estou pensando para ele? Pela porta da frente! Os caras vão ficar pasmos com as cenas de ação - e com a revelação bacana -, ninguém vai perceber essa pequena concessão. Arrumo dois atores de respeito para serem coadjuvantes de luxo - ligarei para o Frank Langella e um bom ator alemão - escalo uma beldade da moda para ser esposa do protagonista - a loira do seriado Mad Men está no auge da fama - e pronto. Um jovem diretor estrangeiro atrairá os "indies" para o cinema. Fechou. Vou ligar para a Warner."
"Esse livro não é tão bom, mas renderia um filme de ação bem bacana. Vejamos: tenho um ponto de partida intrigante, e uma conclusão divertida e satisfatória. A platéia vai vibrar quando for revelada a natureza da confusão do protagonista. Mas como preencher quase duas horas de filme entre o início promissor e a revelação bacana? Ora bolas, com perseguições pelas ruas de Berlim, lutas, algum suspense, uma partner linda - será que Diane Kruger é inadequada para viver uma taxista? - e um ator com credibilidade para viver o desmemoriado protagonista... Matt Damon já viveu um desmemoriado? Ok, o papel cai melhor para um bom ator de meia-idade que saiba fazer filmes de ação. Vamos usar um tema da moda, sustentabilidade, biotecnologia, essas coisas atuais e politicamente corretas. Peraí, cacete... É melhor desenvolver melhor a tal taxista, afinal, por que diabos ela se envolveria com um americano desconhecido, perseguido por gente armada e perigosa? Quer saber, os caras vão ficar pasmos com as cenas de ação - e com a revelação bacana -, nem vão questionar isso. Ele vai sofrer um acidente, ficar em coma, acordar sem os documentos. Assim ninguém vai acreditar quando ele disser que é o tal doutor. E como vou fazer um estrangeiro sem documentos, vitima de um grave acidente, mentalmente confuso, sair de um hospital alemão para curtir a trama bacana que estou pensando para ele? Pela porta da frente! Os caras vão ficar pasmos com as cenas de ação - e com a revelação bacana -, ninguém vai perceber essa pequena concessão. Arrumo dois atores de respeito para serem coadjuvantes de luxo - ligarei para o Frank Langella e um bom ator alemão - escalo uma beldade da moda para ser esposa do protagonista - a loira do seriado Mad Men está no auge da fama - e pronto. Um jovem diretor estrangeiro atrairá os "indies" para o cinema. Fechou. Vou ligar para a Warner."
E assim Joel Silver contratou a equipe e rodou seu filme, provando de uma vez por todas que os fins não justificam os meios.
NOTA: D
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