terça-feira, 24 de novembro de 2009

LISTA CLICHÊ: 15 CANÇÕES - THE BEATLES (em ordem de preferência)

01 - "In My Life" (Rubber Soul, 1965)
02 - "Strawberry Fields Forever" (Magical Mystery Tour, 1967)
03 - "Taxman" (Revolver, 1966)
04 - "I Am The Walrus" (Magical Mystery Tour, 1967)
05 - "I Want You (She's So Heavy)" (Abbey Road, 1969)
06 - "Something" (Abbey Road, 1969)
07 - "Tomorrow Never Knows" (Revolver, 1966)
08 - "A Day In The Life" (Sgt. Pepper, 1967)
09 - "Two Of Us" (Let It Be, 1969)
10 - "Helter Skelter" (White Album, 1968)
11 - "While My Guitar Gently Weeps" (White Album, 1968)
12 - "Dear Prudence" (White Album, 1968)
13 - "Twist And Shout" (Please Please Me, 1963)
14 - "Help!" (Help!, 1965)
15 - "Ticket To Ride" (Help!, 1965)

MOTORADIO - Creed - "Full Circle" (2009)


Eis que o finado Creed resolveu cagar para as brigas internas e retomar atividades. Correram notícias que o quarteto ficou devendo um trabalho à gravadora Wind Up e precisaram se reunir para cumprir o contrato. Se tal reencontro rendesse não apenas o bloqueio de ação judicial por quebra de contrato, mas proporcionasse ainda uma vendagem bacana e uma turnê milionária, por que não fazê-lo? Pensando nisso, os caras retomaram a velha fórmula que fizeram deles rock stars ricos-sexualmente-muito-ativos e saíram com Full Circle.

Para quem não gosta do Creed, é a parada de sempre: Scott Stapp é a terceira via da cópia carbono de Eddie Vedder (Pearl Jam), o guitarrista Mark Tremonti quer ser Zakk Wilde de qualquer maneira e a cozinha da banda não tem personalidade. Eu sou um "coluna do meio"; meu senso crítico confirma os defeitos que acabei de descrever, porém, gosto da estrutura musical do Creed: vocal marcante, boas melodias sobre bases pesadas, canções épicas e emocionais, refrões inspirados (ou grudentos, depende do ouvido). Não resisto ao pós-grunge noventista e suas fórmulas surradas, fazer o quê?

Em Full Circle não há nada diferente dos três primeiros discos, a fórmula se repete. O Creed sempre foi cobrado por isso. Ironicamente, a faixa título, com pegada levemente folk e levada diferente do estilo pós-grunge da banda, não funciona. Quando os caras soam como eles mesmos, o resultado é a bacana "Overcome", que abre o disco com peso e solos de guitarra (Tremonti aprendeu isso no Alter Bridge, que é o Creed sem Scott Stapp); "Rain", balada com violões e bela melodia "quadrada"; "On My Sleeve", o refrão mais marcante (ok, grudento) do disco, é a música que mais se assemelha às do multiplatinado Weathered, álbum anterior. Posso destacar ainda, dentro do padrão Creed, as pesadas "Fear" e "Bread Of Shame"; as baladas "A Thousand Faces" e "Time", esta com letra inspirada e aquela melodia que pega na segunda audição. Há algo minimamente diferente dos outros discos? Sim, vários e breves solinhos de guitarra a lá Zakk Wilde, afinal, Tremonti cansou de ficar à sombra do tirano Stapp.

Ei, quando sai o novo Bon Jovi?

NOTA: C+

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

CULT MOVIE: "The Warriors", de Walter Hill (EUA, 1979 - Ação) - Com James Remar, Michael Beck, Dorsey Wright, Brian Tyler, David Harris, Tom McKitterick, Deborah Van Valkenburgh.

Aproveito o timing de Ridley Scott, que está refilmando este clássico (a ser lançado em 2010), para falar um pouco do cult movie que é um dos meus prediletos, além de ser um dos culpados pela minha febre de cinema.

Nos anos 80, sem aparelho de vídeo cassete (então privilégio de poucos) precisava me contentar com exibições de filmes na TV. A Rede Globo era a campeã de bons filmes - e de reprises. Graças a essas repetições, eu e uma geração de caboclinhos hiperativos pudemos ver diversas vezes a reunião das maiores gangues novaiorquinas em torno de Cyrus (Roger Hill), líder da maior gangue da cidade (a Gramercy Riffs). Cyrus pregava a trégua entre as gangues em busca de um "bem comum": a guerra contra a polícia de Nova York. No entanto, Cyrus é assassinado durante seu discurso e a culpa recai sobre Cleon (Wright), líder dos Warriors, uma gangue do bairro de Coney Island. Os Riffs, então, utilizam uma rádio comunitária para pedir a cabeça dos Warrior. A partir deste ponto, o enredo é de filme de perseguição, com os Warriors cruzando a cidade para chegar ao seu território - onde julgam que estarão salvos.

POR QUE É BOM?
Podemos dizer que Walter Hill faz "cinema de macho". Suas cenas de ação não são elaboradas, as lutas não são estilosas e a mocinha está longe de ser a"donzela em perigo". Isso fica evidente na sua filmografia, que inclui "48 Horas" (com Nick Nolte e Eddie Murphy) e um dos filmes mais bacanas (e obscuros) de Bruce Willis, "O Último Matador". Hill segue a escola Don Siegel e Sergio Leone de filmar, com fotografia de poucas cores e violência crua. "The Warriors" estabeleceu um padrão aos filmes de gangue, além de fortalecer estereótipos em grupo numeroso (Ajax era o impulsivo/agressivo, Cisne o líder nato, Rembrandt o "bonzinho", etc). A trilha sonora black setentista também virou clichê na época, e mostrou que Walter Hill era chegado em boa música. O cineasta utilizou amplamente a trilha sonora como "contadora de história" em dois filmes: o meia-boca "Ruas de Fogo" e o simpático "Crossroads", com Ralph Macchio e Steve Vai. Este último talvez seja o único filme "suave" da sua carreira... Ei, desde quando filmes sobre pactos demoníacos são suaves?

A CENA
Ah, o combate entre os Warriors e os Baseball Furies (os caras caracterizados como jogadores de baseball, rostos pintados de vermelho e branco). Sensacional.

cotação:

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Casaco de Pele

Vi um vídeo macabro na internet, no qual indivíduos armados com porretes distribuem pancadas em animais de pele valiosa (carcajus) para em seguida arrancar o couro com os bichos ainda vivos. E alguns permanecem vivos minutos depois de tirada toda a pele. As cenas são tão chocantes que torci para não ser verdade.

Chocantes como crianças fumando crack no centro paulistano.

Chocantes como cadáveres encontrados em carrinhos de supermercado.

Chocantes como um spa canino.

Embora cético, espero que exista um diabo para punir todos os responsáveis por tais mazelas. Ou seria melhor torcer para existir um Deus que impeça tais atrocidades? Não importa: precisamos de um Deus "salvador" e de um diabo "punidor". Um Céu e um Inferno. Na Terra, não há justiça.



MOTORADIO: Quando surgiu em 1995 com o álbum Frogstomp, os membros do Silverchair estavam com 15 anos de idade e sua sonoridade era, como muitas bandas dos anos 90, inspirada no Pearl Jam de Seattle. Apesar de bom disco, pesado e com instrumental bem executado por seus jovens músicos, era difícil levar uma banda assim à sério. Quando lançaram o single "Ana's Song (Open Fire)" (Neon Ballroom, 1999) finalmente o Silverchair mostrou que sabia fazer música de gente grande. Daniel Johns escreveu a canção quando passava por uma crise de ansiedade que o levou a uma desordem alimentar (basta ver o clipe e observar a magreza angustiante do rapaz). O som ainda não escapava das guitarras sujas e da forma emocional de cantar do grunge, mas demonstrava uma personalidade para compor que o levou a ser chamado de "geniozinho" quando lançou o disco Diorama (2002). "Ana's Song", uma balada linda e sombria - "Please die, Ana" suplica Daniel no iníco da música - tem andamento diverso e um vocal inteligente. Talvez a melhor canção dos precoces australianos.

domingo, 15 de novembro de 2009

Welcome To The Real World

Quando Morpheus proferiu essas palavras, Thomas Anderson olhou ao redor. Clichê? Claro que sim. Mas um clichê vivo, humano. Olhar ao redor é quase um reflexo, por isso, devemos prestar atenção ao que vemos. Devemos sempre procurar à nossa volta. Olhe, procure, conteste, duvide, opine. Descubra. Vivo procurando. Quando a procura acabar, descansarei em paz.

MOTORADIO
: O trânsito paulistano, com seu tráfego intenso de todo tipo de meio de transporte, testa nossa fé diariamente. Porém, nesse íntervalo de vida (que pode ser de 2 horas para transpor pífios 15km), podemos desfrutar de boa música no carro, no iPOD, no MP3 player, discman, etc. Eu aproveito bem esse tempo ouvindo coisas como "Preaching The End Of The World" - Chris Cornell (Euphoria Morning, 1999). Nessa canção, a lenda de Seattle procura um amigo para compartilhar o apocalipse ("If your intentions are pure, I’m seeking a friend for the end of the world"), enquanto utiliza seu vocal privilegiado em uma melodia belíssima. Obrigado, Chris, por tornar mais suportável a viagem por vias congestionadas.